A nossa preocupação com os quilinhos a mais é constante. E, na maioria dos casos, ficamos tão angustiados que acabamos por não conseguir perder peso. Mas este ano será diferente. A  Drª Ana Filipa Baião e a Drª Mafalda Leitão vão ajudá-la a perceber o que se passa consigo e com o seu peso.

“Devido às mudanças no estilo de vida, nomeadamente, o maior consumo de fast food, a escolha de alimentos processados, o uso constante de transporte próprio, os trabalhos cada vez mais sedentários e até a opção por brinquedos tecnológicos, somos cada vez menos saudáveis e isso reflete-se no nosso peso.

A obesidade é uma epidemia mundial e resulta diretamente daquilo que, à partida, deveríamos usar em nosso benefício. Mas… Quais são os 6 grandes culpados do excesso de peso?

  1. Hábitos Alimentares: O excesso de peso não resulta apenas do que comemos, mas esta é a sua principal causa. Há menos de três décadas, o padrão do nosso país baseava-se na dieta mediterrânica e os níveis de obesidade não tinham qualquer comparação com os que se registam hoje. Atualmente, o padrão alimentar é predominantemente ocidental, ou seja, carateriza-se por ingestas densamente calóricas e pobres em nutrientes, com alimentos altamente processadas, ricos em gorduras saturadas e hidrogenadas, com açúcares rápidos e com elevado teor de sal. Estes novos hábitos alimentares são também responsáveis (para além do excesso de peso) pelo aumento de acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas, diabetes, alterações ao nível do metabolismo das gorduras, ácido úrico e vários tipos de cancro. O que fazer? É importante voltarmos ao padrão alimentar e estilo de vida mediterrânico. Ou seja, privilegiar a alimentação natural, cuja centralidade do prato são os vegetais: a sopa está sempre presente, os cereais integrais e as leguminosas frescas ou secas como fonte de fibra, de vitaminas e de proteína vegetal, a água como principal fonte de hidratação e outras particularidades que sempre fizeram desta uma escolha alimentar recomendada por contribuir para um organismo mais saudável e equilibrado.
  2. Sedentarismo: A urbanização teve um impacto significativo no nível da atividade física, predominando o estilo de vida sedentário que resulta da falta de tempo – pelo excesso de trabalho no emprego ou em casa. Por outro lado, a atividade física associada ao lazer, como ir andar de bicicleta com o filho, tende a ser substituída por programas em casa, ao computador ou a ver uma série na televisão. As caminhadas são escassas e a televisão substitui, cada vez mais, atividades de lazer ou físicas. O ideal é que houvesse uma mudança de hábitos: volte a andar a pé. Volte, por exemplo, a utilizar transportes públicos (economiza e mexe-se, a andar até eles, por exemplo). Se tem tempo para ver a telenovela 30min. por dia, também tem tempo para fazer uma caminhada. Mexa-se!
  3. Causas metabólicas: O metabolismo tem a capacidade de transformar as calorias dos alimentos em energia. O sistema enzimático também difere de pessoa para pessoa e, quanto maior for a sua atividade, maior a capacidade do corpo de produzir gordura. E essa é a razão pela qual há pessoas que comem muito e não engordam, e outras que comem pouco e não conseguem controlar o peso. A seleção de alimentos que verificamos atualmente, fortemente condicionada por muitas horas sem comer, pela pressa em comer, e pela presença de fome, explica o ciclo de picos de glicemia que obrigam o organismo a armazenar energia na forma de gordura, assim como a baixar a taxa metabólica de forma a garantir a sobrevivência nos próximos períodos de privação alimentar. Todos estes aspetos contribuem para que o metabolismo se mostre produtor de gordura visceral, com redução significativa da taxa metabólica que, em mecanismo de cascata, proporciona a produção de hormonas da fome e de stress. Isto, como seria de esperar, torna a perda de peso mais lenta e difícil.
  4. Causas ambientais e sociais: O sítio onde vivemos tem influência na forma como nos alimentamos. Por exemplo, uma pessoa que vive no Alentejo comerá de forma diferente de uma pessoa que viva junto ao mar. Ou outro exemplo: as zonas muito urbanas, sem espaços verdes, são muito menos convidativas para passeios ou treinos ao ar livre. E a influência do tamanho do agregado familiar? Também devemos ter em conta este aspeto: viver sozinho é um fator de risco para problemas de alimentação, porque é mais fácil comprar uma pizza congelada e colocar no forno, do que fazer uma refeição saudável só para si. Mas, para quem tem filhos, também não é fácil: quanto mais pessoas vivem numa casa, mais calorias consomem. Por exemplo, muitas vezes só come aquela sobremesa porque a fez para os filhos. Ou as bolachas deles. Está generalizada a ideia de ser necessário ter bolachas em casa para os mais novos, o que não faz qualquer sentido. Afinal, as crianças não precisam de açúcares, gorduras e produtos processados.
  5. Causas genéticas: A genética desempenha um papel importante no excesso de peso, estimando-se que entre 40 a 70% da variação do fenótipo associado à obesidade tem um caráter hereditário e que existem, pelo menos, 30 genes envolvidos na obesidade. Um estudo realizado em 2000 concluiu que das 40 mulheres obesas que estavam a ser estudadas, 82,5% tiveram mães obesas e 15% pais obesos. As preferências alimentares são outro fator a ter em conta, já que está comprovado que as crianças tendem a consumir os alimentos que foram consumidos pelas mães na gestação e lactação, para além de também na idade adulta terem tendência para replicar esses hábitos alimentares.
  6.  Causas económicas: A obesidade não é um problema exclusivo de nenhuma classe económica, contudo, sabemos que os alimentos altamente processados, com elevados níveis de açúcar e gordura, são habitualmente mais baratos. A situação profissional também tem uma enorme influência e está provado que as pessoas desempregadas têm uma maior tendência para comer mais e para terem horários de refeições desregulados. A par disso, o abandono de profissões de grande atividade física, como a agricultura, que deram lugar a profissões sedentárias, também se reflete no aumento de peso.”

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