Todos nós temos um lado sombra Na relação com os outros o egoísmo pode estar…
Quando acordamos de manhã, direta ou indiretamente, a curto ou a longo prazo, seja o que for que façamos, que esperemos ou que sonhemos, de alguma forma está relacionado com a felicidade e com um sentimento profundo de bem estar.
Proponho-lhe um exercício básico. Pense num copo de água vazio. Encha-o até metade. O que vê? Um copo de água meio cheio ou um copo de água meio vazio? Pensou na metade da água que falta? Isso pode acontecer simplesmente porque sim, mas pode tornar-se numa tendência para estar sempre a olhar para aquilo que lhe falta e nunca para aquilo que você tem.
Há muitos mitos associados à felicidade! Um deles é que é algo genético, onde não podemos interferir. Nós, efetivamente, podemos interferir na felicidade. Podemos e temos de ser responsáveis pela nossa felicidade. Somos nós que temos de fazer algo (apesar de haver já uma felicidade basal dentro de nós)! Principalmente, ter uma atitude pró activa perante a vida. No fundo, a felicidade é uma consequência de uma forma de estar na vida.
O que é que o faz feliz? Como é que consegue ter pequenos momentos de felicidade, no seu dia a dia?
Comprando uma casa; ganhando a lotaria ou fazendo uma viagem às Caraíbas? Isso, efetivamente traz felicidade, mas é uma felicidade momentânea. Uma felicidade que, ao fim de 3 a 6 meses, em média, deixa de existir, para dar lugar ao suposto contínuo bem estar geral. Portanto, passado esse tempo, teremos novamente de investir nesses momentos de felicidade, comprando outras viagem, por exemplo. E andamos nisto… Constantemente… Até que paramos para pensar, e chegamos há conclusão de que não é só isso que nos faz feliz. Não pode ser só isso que nos faz feliz.
Então e o sorriso que esbocei hoje? O abraço que o meu filho me deu de manhã? O lanche que tive com a minha amiga? Ou o telefonema que recebi dos meus pais, a dizer que estão bem? Isso tudo o que é? São apenas momentos? Sim, diria que são. Mas são pequenos momentos felizes. Pequenos momentos felizes que transformam o nosso dia a dia e a nossa vida num bem estar geral.
Não é o ter que nos define como “eu”, nem que define a felicidade. Como muitos dizem, nós não somos TERes humanos, mas sim SERes humanos. E portanto o SER é tudo aquilo que temos que aproveitar e conquistar. A felicidade vem do interior. O exterior é apenas um pormenor, que também é importante, claro, mas que é delineado pela nossa mente. Por exemplo, pode viver num apartamento fantástico, com tudo o que sempre sonhou, no 10º andar com uma vista fantástica para o Tejo mas, interiormente, só lhe apetecer saltar pela janela. Como o inverso também pode ser verdade. E, portanto, todos os pensamentos negativos que temos, assim como todas as emoções menos boas que sentimos, só vão contribuir para que, dia após dia, o nosso bem estar e a nossa felicidade vão decaindo.
E o que podemos nós fazer?
1 – Atenção Plena: Viva o presente. Não pense no futuro, viva incondicionalmente o que de bom e feliz tem hoje. Pode ir treinando isso, por exemplo, com a meditação. O presente; o aqui e agora têm uma maior imensidão do que a nossa imaginação.
2 – Contrariar os pensamentos maus e as emoções menos boas. Tal como temos a capacidade para pensar de forma errada e mais negativa sobre determinados acontecimentos, também temos a capacidade de fazer o inverso. De abrir caixinhas de felicidade na nossa mente e de fechar, continuamente, as caixinhas que nos provocam mais dor e sofrimento. Mas também diria que, para fechar essas caixinhas mais negativas elas precisam, primeiro, de ficar arrumadas!
3 – Flow: encontre atividades que exijam um grau de dificuldade. Assim, sentirá que está no “flow” da experiência, sentirá prazer nessa atividade mais desafiante; testando os seus limites, a sua felicidade.
4 – Degustação: Aprecie os sabores, aprecie os pequenos momentos. Por exemplo, abra um bom vinho e aprecie todo esse momento. A garrafa, a abertura da rolha, o encher o copo (meio cheio ou meio vazio), o levar o copo à boca e o sentir o sabor do vinho. Mais quente ou mais frio. Mais intenso ou mais doce. Aprecie. E, ao fazer isso com uma garrafa de vinho, faça-o também com a vida. Aprecie tudo aquilo que a vida lhe oferece!
Portanto, o que é que determina a qualidade de cada instante da nossa vida? O problema é que, muitas vezes, temos a felicidade ao nosso lado e, por uma ou outra razão, simplesmente lhe viramos as costas. E, apesar de querermos evitar o sofrimento, parece que caminhamos sempre para a sua direção.
Deixe de se lamentar e de viver a sua vida com os “se”… “Eu seria feliz se fosse a melhor mãe do mundo”; “Eu seria feliz se tivesse mais dinheiro”; “Eu seria feliz se… se… se…”! Encontre a sua verdade e a sua felicidade dentro de si próprio… Transforme este “se” em certezas. “Eu sou feliz porque tenho uma família”; “eu sou feliz porque tenho dinheiro para pagar as contas e me alimentar”; “eu sou feliz porque estou vivo e, simplesmente porque sim…”