A chuva chegou na altura em que as flores deveriam estar a florir, os campos a resplandecer erva verde e as praias a ganharem toalhas estendidas na areia.

A situação inverteu-se e em vez de tirarmos do armário as roupas de verão, estamos a continuar a usar os casacos e as galochas de inverno, em pleno mês de abril. Mas já dizia o ditado “Abril águas mil”…

 

Mas será que esta situação traz outras consequências, para além da frustração com os chapéus de chuva virados do avesso e as horas perdidas no trânsito, que se intensifica sempre em dias de chuva?

 

Claramente que sim.

 

Num estudo pela Associação Americana de Psicologia e pela Ecoamérica, em 2014, “Beyond Storms & Droughts: The Psychological Impacts of Climate Change”, concluiu-se que as alterações climáticas provocam impactos psicológicos.

Segundo alguns dados deste estudo, o aumento ou a diminuição da temperatura está diretamente associado a uma maior procura de serviços de saúde mental, pois as alterações climáticas provocam muito stress, sobretudo em pessoas mais frágeis (crianças e idosos).

As evidências não dizem respeito apenas aos países de climas mais extremos (onde as mudanças seriam mais severas), mas afetam igualmente localidades com temperaturas estáveis e amenas.

Em casos de inundação ou seca extrema, como aconteceu em todo o país há pouco tempo, as experiências psicológicas mais vivenciadas são a perda, o choque e a desolação.

Outro sentimento apontado no estudo é a sensação de perda de autonomia. Em Abril, quando já tinha feito planos para ir à praia e não pode, porque chove torrencialmente, poderá sentir que os seus objetivos e planos foram condicionados.

 

Para além disto, é nos meses de fevereiro, março e abril que os ginásios e as clínicas de estética enchem e que as pessoas começam a preocupar-se com o corpo, com a saúde e bem estar. Mas isto acontece quando o tempo está mais agradável… Agora ainda não apetece; parece que ainda não houve o click da mudança para o verão. As pessoas ainda querem estar no sofá ao fim de semana com mantas e chocolates ou ainda têm o tempo como desculpa para não fazerem caminhadas. Parece que tudo regrediu. O grande problema é que a saúde também regride. Se noutro ano as pessoas estavam ativas e mais saudáveis, hoje em dia não é bem assim. Se noutro ano esta era a altura em que pensavam em ser mais saudáveis (e davam algum “descanso” à saúde), agora continua a não ser bem assim.

Porque já nem falamos só em estética…

Mas se quisermos pensar só nisso, claramente que nos apercebemos que o espelho ainda não disse que é hora de fazer qualquer coisa.

 

O problema é que o bom tempo irá surgir, mais dia menos dia.

E os milagres não existem… Portanto, mais vale começar já hoje, com todas as limitações que possa ter e sentir, desde a chuva, o frio, o sono, o estado mais melancólico, a vontade de comer doces… Comece agora! Sinta-se motivado e prepare-se para aquele que poderá ser o melhor verão da sua vida.