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Hoje trazemos-lhe um artigo escrito pela nossa nutricionista, Drª Ana Filipa Baião, sobre a dieta do grupo sanguíneo, para a Revista Viva Mais Saúde – Viva Melhor, do mês de Outubro. Esperemos que goste!

“A alimentação e as doenças da nossa sociedade representam a maior preocupação das grandes organizações mundiais que atuam na defesa da saúde e na prevenção das doenças. Todos os dias saem novos estudos/investigações relacionados com a forma como comemos e a sua interação no nosso organismo. Já Hipócrates dizia, há mais de 2000 anos, que somos aquilo que comemos e que o alimento seja o nosso principal medicamento.

São vários os estudos que vêm reforçar o impacto da alimentação de determinados grupos populacionais e a taxa de mortalidade por doença associada. Mas o que torna um individuo mais propenso a uma determinada doença, quando comparado com outro? Por que razão existem pessoas que comem tudo nas quantidades que querem e não engordam nem têm doenças associadas? Uma das respostas pode estar no grupo sanguíneo.

A dieta do grupo sanguíneo, que assumiu destaque em 1996, vem salientar que a escolha de alimentos, de acordo com o grupo sanguíneo, pode trazer benefícios para a saúde, defender-nos de doenças e promover maior bem estar. Se pensarmos que o tecido sanguíneo, para além da sua função de transporte de oxigénio e nutrientes, hormonas e outros fatores vitais, é ainda o maior tecido de defesa do organismo perante agentes agressores que passaram a primeira barreira de defesa (intestino) e entraram para o organismo, a relação alimento-célula passa a fazer maior sentido.

A qualidade da digestão, absorção e entrada de produtos resultantes da digestão que não são corretamente identificados pelo nosso sistema de defesa, pode levar a mecanismos de reação imunitária contra estes.

A dieta do grupo sanguíneo veio alertar para caraterísticas metabólicas e fisiológicas às quais vulgarmente não prestávamos atenção. Foi descoberto que determinados alimentos podem aglutinar as células e, com base nisto, os alimentos podem ser classificados em três categorias: a) alimentos altamente benéficos que funcionam como medicamentos; 2) alimentos neutros; e 3) alimentos a evitar, por representarem um veneno para cada grupo sanguíneo.

GRUPO SANGUÍNEO O: Grupo de indivíduos com elevada afinidade para alimentos ricos em proteína animal, dada a sua propensão genética para a digestão destas proteínas, devido às caraterísticas de quantidade e qualidade de ácido clorídrico (ácido gástrico). Os indivíduos deste grupo são muito beneficiados pelas carnes vermelhas, mas devem moderar o seu consumo. Relativamente aos lácteos e seus derivados, este grupo sanguíneo mostra suscetibilidade na presença destas proteínas, desencadeando aglutinação que prejudica de forma drástica o funcionamento de todo o organismo. Existe também aglutinação na presença de grãos, uma vez que os indivíduos do grupo O não possuem capacidade para assimilá-los de forma apropriada. Este grupo sanguíneo, tem benefícios na presença de uma dieta o mais natural possível, estando muito próximo de uma dieta paleolítica, pois é o mais ancestral de todos os grupos sanguíneos.

GRUPO SANGUÍNEO A: Para este grupo sanguíneo, as orientações de saúde assentam num regime fortemente vegetariano, pois a origem do gene A está associada ao momento da história que os humanos evoluem de caçadores para agricultores. Frutas e vegetais são os alimentos que deverão predominar nas escolhas dos indivíduos deste grupo. Deverão excluir da alimentação diária os alimentos de proteína animal, mais concretamente as carnes vermelhas e o leite de vaca. Sabe-se também que este é o grupo sanguíneo mais propenso a sofrer de doenças cardiovasculares e, por esse motivo, a alimentação deve ser o mais natural e próxima das caraterísticas do grupo sanguíneo.

GRUPO SANGUÍNEO B: A origem deste grupo sanguíneo está intimamente ligada à migração dos povos para as regiões montanhosas dos Himalaias. Os indivíduos deste grupo mostram propensão para produzir cortisol em situações limite de stress, o que os torna suscetíveis a sofrer de síndrome metabólica (ex: obesidade). A aglutinação do gene B com algumas proteínas de alimentos aumenta a resistência à insulina, bem como a vulnerabilidade deste grupo em relação ao excesso de gordura abdominal. Os alimentos benéficos para este grupo são: salmão, linguado, sardinha, iogurte e outros lacticínios, banana, papaia, uvas, ameixa fresca, couve, arroz, aveia integral e cenoura.

GRUPO SANGUÍNEO AB: Origem recente, número de indivíduos ainda é reduzido. Surge por mistura dos grupos A e B. A adaptabilidade é a sua maior caraterística, permitindo se adaptar perante as circunstâncias em que se encontra. É o mais “permissivo” de todos, mas os aspetos digestivos sugerem que a digestão gástrica é mais lenta e, por esse motivo, deve-se evitar misturar a proteína com os hidratos de carbono. São indivíduos que mostram alguma sensibilidade ao nível do controlo da insulina, o que resulta em estados de hipoglicemia, mesmo após as refeições. Alimentos ideais: iogurte, trigo, aveia, arroz, centeio, leguminosas secas, Vitamina A e alimentos com ómega 3.

A dieta do grupo sanguíneo deverá ser interpretada como uma orientação, que associada a uma boa avaliação e com o devido acompanhamento nutricional, poderá ser uma forte aliada na prevenção da doença e na promoção de um maior bem estar e qualidade de vida.

 

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